Vem aí o cordel Cumaru da Caatinga: poesia e preservação em defesa do bioma sertanejo

 Vem aí o cordel Cumaru da Caatinga: poesia e preservação em defesa do bioma sertanejo

Por Sérgio Melo

 

Quem conhece meu trabalho sabe que há muitos anos caminho entre palavras, imagens e árvores. E agora chegou a hora de unir esses três elementos em uma obra que representa muito para mim: o cordel Cumaru da Caatinga. Depois de anos de dedicação à comunicação ambiental e à luta pela valorização da caatinga, decidi transformar em versos o que vivi, aprendi e testemunhei no sertão paraibano.

Este cordel nasceu durante minha participação no projeto de conservação da Amburana cearensis, mais conhecida como Cumaru, árvore símbolo de resistência e beleza do nosso bioma. Foram três anos de trabalho junto ao Jardim Botânico da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), com apoio da Botanic Gardens Conservation International (BGCI) e da Fundação Franklinia, período em que atuei como coordenador de comunicação, fotógrafo, designer e, sobretudo, observador atento da riqueza e das urgências do nosso semiárido.

Mais do que relatar fatos e produzir conteúdo técnicos, mergulhei na missão de dar voz à natureza com linguagem popular. Foi assim que, inspirado pelas paisagens, pelas pessoas e pelos desafios do projeto, comecei a escrever o cordel. A escrita, aliás, não foi uma decisão apenas criativa, mas também educativa. Sempre acreditei que a literatura de cordel é um instrumento poderoso de conscientização — especialmente quando o tema é a preservação da vida e da cultura do nosso sertão.

Cumaru da Caatinga é o primeiro volume de uma série que venho desenvolvendo, unindo poesia, educação ambiental e identidade cultural. E a notícia boa é que seu lançamento está prestes a acontecer. A publicação será realizada em parceria com a UEPB, por meio do Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas, com o apoio institucional da Reitoria — que desde o início tem sido sensível às ações em defesa do meio ambiente.

Em breve, divulgarei a data oficial do lançamento, bem como as atividades culturais que irão acompanhar essa estreia. Minha expectativa é que este cordel circule em escolas, feiras de livros, espaços comunitários e, claro, nas mãos de quem acredita que a cultura é uma ferramenta de transformação.

A árvore cumaru está ameaçada de extinção. E o bioma Caatinga, apesar de ser único no mundo, ainda é alvo de descuido e desconhecimento. Por isso, este cordel é mais do que uma homenagem: é um chamado. Um convite à escuta, ao cuidado e à ação.

Fico feliz em compartilhar essa caminhada com vocês que acompanham o Paraíba Cultural. Logo mais, trago novidades sobre o lançamento. Enquanto isso, que tal olharmos com mais carinho para as árvores ao nosso redor?

Até breve, com poesia, raízes e resistência.

 

Sérgio Melo
Editor do Paraíba Cultural | Gestor Ambiental, jornalista e cordelista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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