Reuniões estaduais mobilizam detentores dos Cocos do Nordeste

 Reuniões estaduais mobilizam detentores dos Cocos do Nordeste

Coco de roda do município do Crato no Ceara. Foto: André Costa

Oito estados do Nordeste terão reuniões de mobilização para registro dos Cocos do Nordeste. As atividades são realizadas pelo Coletivo Jaraguá, com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Secretarias de Cultura dos Estados.

Expressão afro-indígena, os Cocos do Nordeste abrangem variações em Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. As reuniões fazem parte do processo para reconhecimento da manifestação cultural como Patrimônio Cultural do Brasil e irão reunir detentores de cada estado do Nordeste para discutir as especificidades do bem nessa região.

“Essa mobilização é importante para que o registro seja feito com participação das pessoas que vivenciam o bem cultural e que são o principal foco desse processo de patrimonialização”, afirma o superintendente do Iphan na Paraíba, Emanuel Oliveira Braga.

Apenas a reunião em Pernambuco será presencial, no dia 19 de outubro, em Recife. Os demais encontros serão virtuais, a forma de acesso será divulgada posteriormente.

 

Confira a agenda abaixo:

 

Pernambuco (presencial)

  • 19 de outubro
  • 9h
  • Local: Escola Técnica Estadual Porto Digital – Avenida Rio Branco, 193, Bairro do Recife – Recife (PE)

 

Ceará (virtual)

 

Rio Grande do Norte (virtual)

 

Alagoas (virtual)

 

Bahia e Sergipe (virtual)

 

Maranhão e Piauí (virtual)

 

Processo de registro 

Com recursos do Iphan, a pesquisa para a elaboração do dossiê dos Cocos do Nordeste e coleta de material fotográfico e audiovisual já está em andamento, tendo como ponto de partida o inventário realizado entre 2009 e 2010.

Esse estudo inclui levantamento histórico sobre os Cocos no Nordeste, além de mapeamento de grupos e comunidades nos estados da região abrangidos pela pesquisa, com a mobilização de uma equipe interdisciplinar, de áreas como a antropologia, a etnomusicologia e a história, além da participação fundamental de mestres e mestras, músicos, dançarinos e outros membros de comunidades que realizam rodas de Coco e o Coco de embolada.

 

Os Cocos 

Os Cocos do Nordeste compreendem encontros e grupos tradicionais, constituídos de elementos como música tocada e cantada, instrumentos de percussão, dança, improviso, corporalidade, sendo incluído na “família” do samba, ao lado do samba-de-roda, do caxambu, da umbigada, da embolada, entre outros.

Essa manifestação também é forma de expressão de ludicidade e religiosidade, com muitos dos seus cantos sendo entoados como pontos na Jurema, religião de origem indígena com forte presença no Nordeste e que se

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