Em busca do reconhecimento do Forró como Patrimônio Imaterial da Humanidade
O forró, esse ritmo que pulsa no coração dos nordestinos, está a um passo de ser reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. A partir de uma reportagem publicada no Diário de Pernambuco, vemos a mobilização das Secretarias de Cultura de Pernambuco e da Paraíba, em conjunto com a Associação Cultural Balaio Nordeste, para levar essa manifestação cultural ao cenário internacional. Essa semana, entre os dias 30 de maio e 2 de junho, será marcada por eventos significativos em Paris e no Porto, onde o forró será o protagonista.
Com grande entusiasmo, observo à comitiva brasileira que seguiu para a sede da Unesco em Paris. A expectativa era alta, afinal, estão lá para sensibilizar a organização sobre a importância do forró. É um sentimento de honra indescritível poder apresentar ao mundo uma parte tão genuína da nossa cultura, que reflete a alma nordestina e a identidade pernambucana.
A Secretária de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula, expressou bem essa emoção ao afirmar que o forró é “parte da alma nordestina e alicerce da identidade pernambucana”. Ela destacou a importância de internacionalizar o ritmo para posicionar o Nordeste como um território de ricas produções culturais e iniciativas criativas. Suas palavras reforçam o compromisso do governo em preservar e valorizar essa tradição tão nossa.
Desde 2021, quando o forró foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil, os esforços não cessaram. Agora, é buscar apoio internacional. O Secretário de Cultura da Paraíba, Pedro Santos, expressou bem a motivação de todos: “Para a gente é uma honra tremenda chegar até à Unesco para sermos ouvidos, para dizermos que temos uma cultura que é genuinamente nossa e que precisa ser salvaguardada.”
Joana Alves, presidente-fundadora da Associação Cultural Balaio Nordeste, destacou a importância do processo de reconhecimento que passa por consultas públicas e pesquisas. Segundo ela, ainda há passos a serem dados, como a publicação e envio da ação de salvaguarda do Iphan à ONU.
Eventos no Porto: O I Fórum Internacional do Forró de Raiz
A programação continua nos dias 1º e 2 de junho, no Instituto Pernambuco Porto, em Portugal. Aqui, o I Fórum Internacional do Forró de Raiz será palco de palestras, debates e mesas redondas sobre a importância do forró para a identidade nordestina. O evento promete ser um verdadeiro arraial junino, com decoração temática, comidas típicas e shows de artistas como Derico Alves (PE), Sandrinho do Acordeom (PI), Robson Batinga (SE), Sanda Belê (PB) e Flávia Bitencourt (MA).
A Secretária Cacau de Paula ressaltou a importância do evento: “O fórum será um momento de troca cultural entre Pernambuco e Portugal, de novas parcerias e de um ambiente voltado para a difusão dos nossos saberes populares e de promoção da nossa região.”
Mais do que nunca, é necessário que o poder público tome ações concretas para preservar o forró. Isso inclui garantir que ele seja parte essencial dos eventos públicos e privados e dos festejos juninos em todo o Nordeste. O fortalecimento dessa cultura regional é fundamental para a manutenção da identidade cultural do nosso povo.
Espero que esse movimento em direção ao reconhecimento internacional do forró inspire mais iniciativas voltadas para a valorização das nossas tradições. Afinal, o forró é mais do que um ritmo; é uma expressão viva da nossa história, das nossas emoções e da nossa cultura. E, como tal, merece ser celebrado e preservado para as futuras gerações.
Viva o forró! Que ele ecoe pelo mundo, levando consigo a essência do Nordeste e a riqueza da cultura brasileira.