Projeto de lei para fertilizantes verdes deve viabilizar investimentos em novas fábricas da multinacional Atlas Agro no Brasil
A aprovação do Projeto de Lei 699/2023, chamado de PROFERT, que trata da criação de um arcabouço legal para o mercado de fertilizantes nitrogenados no Brasil, pode viabilizar grandes investimentos na neoindustrilização brasileira, sobretudo com novas fábricas de fertilizantes nitrogenados a partir do hidrogênio verde.
A afirmação é de Maria Gabriela Oliveira, diretora da Atlas Agro, empresa suíça com foco na produção de fertilizantes nitrogenados com zero emissões de carbono. Durante a audiência pública da comissão de meio ambiente na Câmara dos Deputados sobre o PL do PROFERT, realizada na última semana de maio deste ano, a executiva destacou a intenção de novos investimentos da companhia no País, com a expansão das fábricas no território nacional até 2034.
A aposta da Atlas Agro é, a partir da aprovação do PROFERT, a criação de um marco legal que amplie o ambiente de negócios com mais segurança jurídica e atratividade aos atuais e novos investimentos da companhia no País. Atualmente, a empresa está construindo a primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados a partir do hidrogênio verde, na cidade Uberaba (MG), com investimentos totais de R$ 4,3 bilhões.
“As futuras fábricas de fertilizantes verdes no território nacional trarão um impacto relevante na balança comercial brasileira, com bilhões de dólares de importação evitada, além dos próprios ganhos internos em termos econômicos, sociais, ambientais e geopolíticos”, explica Maria Gabriela.
“Os fertilizantes verdes da Atlas Agro serão capazes de reduzir a pegada de carbono nas lavouras brasileiras entre 10 e 50%, a depender do tipo de cultivo, o que é altamente significativo para colocar o agronegócios brasileiro na vanguarda mundial de produção sustentável”, acrescenta.
Segundo a executiva, a aposta da Atlas Agro é a descarbonização da indústria nacional de fertilizantes nitrogenados, com mais segurança alimentar e redução da dependência de importações de fertilizantes com alta pegada de carbono, sobretudo de regiões em conflito de guerra, como a Rússia, por exemplo. “Hoje o Brasil é um mercado importador do insumo e pode, em pouco tempo, ser protagonista mundial na nova indústria sustentável de fertilizantes a partir do hidrogênio verde, trazendo um alto valor agregado e mais competitividade ao agronegócio brasileiro no ambiente internacional, além do próprio avanço no abastecimento do mercado doméstico”, ressalta.
Quando pronta, a fábrica em Uberaba, que utilizará uma matriz 100% limpa, a partir de fontes renováveis, tais como a solar e eólica, terá uma capacidade de produção de cerca de 500 mil toneladas por ano de fertilizantes para atender os clientes da região. Sozinha, planta poderá reduzir em 2,5% a dependência de importação total de fertilizantes do País.