O que é ESG e por que ele transforma empresas, comunidades e o futuro do planeta

 O que é ESG e por que ele transforma empresas, comunidades e o futuro do planeta

Por Sérgio Melo | Paraíba Cultural

 

Nos últimos anos, três letras passaram a ecoar com força no mundo corporativo, ambiental e social: ESG. Mas o que, de fato, significa essa sigla? Por que ela tem atraído tanto a atenção de empresas, investidores, governos e até das escolas públicas e comunidades rurais? Neste artigo, quero compartilhar minha visão sobre o ESG e mostrar por que ele é um caminho necessário – e urgente – para transformar o mundo em que vivemos.

 

O que é ESG?

ESG é uma sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, ou, em português, Ambiental, Social e Governança. Trata-se de um conjunto de práticas que empresas e organizações adotam com o objetivo de operar de forma mais sustentável, ética e transparente, respeitando o meio ambiente, as pessoas e aplicando uma gestão responsável.

Esse conceito surgiu nos anos 2000, mas ganhou força a partir de 2004, quando o termo foi formalizado em um relatório do Pacto Global da ONU e do Banco Mundial chamado “Who Cares Wins” (Quem se importa, ganha). A ideia central era simples e poderosa: empresas que cuidam do meio ambiente, promovem o bem-estar social e têm boas práticas de governança são mais resilientes, lucrativas e sustentáveis no longo prazo.

 

Por que o ESG importa para as empresas?

Investir em ESG não é um custo, é um investimento inteligente. Ao incorporar critérios ambientais, sociais e de governança, a empresa se fortalece frente aos desafios do mercado, reduz riscos, melhora sua imagem e atrai mais investidores. Mais do que isso, há incentivos reais para quem aposta no ESG.

No Brasil, empresas com práticas ESG podem se beneficiar de incentivos fiscais, acesso a linhas de crédito diferenciadas e prioridade em compras governamentais. Existem editais e legislações específicas que favorecem negócios com impacto socioambiental positivo. O marco legal das startups, os editais de inovação do BNDES, do Sebrae e os fundos de investimento verde são exemplos concretos.

E mais: dados da Bloomberg apontam que, até 2025, os investimentos em fundos ESG devem ultrapassar US$ 50 trilhões no mundo. O mercado está cada vez mais exigente com as empresas – o que antes era um diferencial, agora é uma condição de sobrevivência e competitividade.

 

E para a sociedade, o que o ESG representa?

O ESG vai muito além das empresas. Ele tem impacto direto nas comunidades, municípios, escolas, associações e cidadãos. Quando uma empresa decide investir em práticas ESG, ela passa a contribuir para uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.

Projetos de educação ambiental em escolas públicas, reflorestamento de áreas degradadas, apoio a comunidades tradicionais, incentivo à economia circular, geração de empregos verdes – tudo isso pode ser promovido por meio de ações ESG. E não se trata apenas de filantropia, mas de parcerias duradouras que geram valor social e econômico para todos os envolvidos.

Na Paraíba, já vemos exemplos concretos. Associações comunitárias têm se articulado com empresas para desenvolver projetos de agroecologia, turismo sustentável, educação ambiental em zonas rurais e reciclagem. O ESG, nesses casos, serve como uma ponte entre o setor privado e as comunidades, criando soluções coletivas para desafios antigos.

 

 

ESG e seu impacto no Nordeste e na Paraíba

O Nordeste tem se destacado como uma das regiões mais promissoras para projetos ESG. Por quê? Porque aqui temos desafios sociais urgentes, uma biodiversidade única e comunidades engajadas que buscam transformação real.

Na Paraíba, depois de muita pesquisa e planejamento, iniciaremos em setembro uma série de reuniões com associações comunitárias, escolas públicas e empresas privadas, buscando colocar em prática o projeto desenvolvido pelo Q-Ideia, que visa levar conteúdos sobre sustentabilidade, reciclagem, agrofloresta e caatinga para centenas de crianças e jovens em escolas públicas da região. Esses projetos só se tornam viáveis com o apoio de empresas que enxergam no ESG uma diretriz concreta para suas ações sociais e ambientais, fazendo da responsabilidade corporativa um motor de transformação real.

Além disso, o setor de energias renováveis (solar e eólica), o plantio de algodão colorido sustentável com apoio da Embrapa e os programas de arborização urbana com participação das universidades são exemplos do avanço da agenda ESG no estado.

 

Os números não mentem

  • Em 2023, o Brasil movimentou mais de R$ 1 trilhão em investimentos com critérios ESG, segundo a B3.
  • Segundo o Fórum Econômico Mundial, 90% dos CEOs acreditam que sustentabilidade é fundamental para o sucesso das suas empresas.
  • Um estudo da PwC mostrou que 79% dos consumidores estão mais propensos a comprar de empresas alinhadas com práticas ESG.
  • O IBGE aponta que projetos com foco socioambiental têm crescido 42% nas regiões Norte e Nordeste nos últimos cinco anos.

 

Conclusão

ESG não é uma moda passageira. É uma resposta prática e estratégica aos grandes desafios do nosso tempo: crise climática, desigualdade social, corrupção, escassez de recursos e instabilidade econômica.

Na minha atuação como jornalista e comunicador ambiental, tenho presenciado o poder transformador de projetos que unem educação, cultura e sustentabilidade com o apoio de empresas que entenderam o seu papel social. E é isso que queremos fortalecer através do Paraíba Cultural: inspirar novas alianças, conectar pessoas e mostrar que a transformação começa com responsabilidade, compromisso e visão de futuro.

O ESG não é só para empresas: é para todos nós que acreditamos em um mundo melhor.

 

 

Sérgio Melo
Jornalista e gestor ambiental. Coordenador de projetos de Educação Ambiental no portal Paraíba Cultural e na Q-Ideia – Design e Comunicação. Atua em ações integradas de sustentabilidade, cultura e desenvolvimento territorial no Estado da Paraíba.

 

 

 

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