SNUC 25 anos: proteção, floresta e povos da Amazônia ganham força com anúncio do Mosaico Gurupi

Por Sérgio Melo, para o Paraíba Cultural
Nesta sexta-feira, 18 de julho, Brasília será palco de um marco para a conservação ambiental no Brasil. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciam a criação do Mosaico Gurupi, no Maranhão — exatamente quando celebramos os 25 anos da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, a conhecida e estratégica Lei do SNUC (nº 9.985/2000).
Criado para organizar e proteger o patrimônio natural do país, o SNUC transformou a forma como o Brasil encara suas riquezas ambientais e sociais. E o Mosaico Gurupi é, sem dúvida, um presente simbólico e potente nesta comemoração de um quarto de século de política pública ambiental.
Um mosaico de vida, cultura e resistência
O Mosaico Gurupi é formado pela Reserva Biológica do Gurupi e por seis Terras Indígenas: Arariboia, Caru, Awá, Alto Turiaçu, Rio Pindaré e Alto Rio Guamá. Essa região abriga o maior remanescente de floresta amazônica do Maranhão e é considerada uma das áreas de maior biodiversidade da Amazônia oriental.
Ali vivem diversos povos indígenas, entre eles os Awá-Guajá, um dos grupos mais vulneráveis do Brasil, que ainda vive em isolamento voluntário. São guardiões da floresta por essência e tradição — e agora, passam a ter mais uma ferramenta legal e política a seu favor, com uma gestão integrada que fortalece a proteção do território, da cultura e da biodiversidade.
SNUC: 25 anos garantindo futuro
Criado em 2000, o SNUC estabeleceu um sistema articulado de áreas protegidas federais, estaduais, municipais e privadas. Com ele, vieram categorias específicas, como as Unidades de Proteção Integral (a exemplo das Reservas Biológicas e Parques Nacionais) e as Unidades de Uso Sustentável (como as Reservas Extrativistas e RPPNs).
Ao longo de 25 anos, a Lei do SNUC permitiu:
- A criação de centenas de Unidades de Conservação;
- A proteção de ecossistemas frágeis e ameaçados;
- A valorização do papel das comunidades tradicionais e indígenas;
- O incentivo à pesquisa científica e à educação ambiental;
- O fortalecimento da economia verde e do turismo sustentável.
O anúncio do Mosaico Gurupi consolida a importância de pensar a conservação em rede, de forma integrada e com protagonismo dos povos da floresta.
Novas RPPNs e mais ações
Durante a cerimônia, também serão anunciadas a criação de quatro novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) — reforçando o papel estratégico da iniciativa privada na conservação —, além de outras ações voltadas ao fortalecimento da política ambiental.
A ministra Marina Silva e o presidente do ICMBio, Mauro Pires, estarão presentes no evento, que acontecerá no Auditório Rômulo Mello, sede do ICMBio, em Brasília. Para quem quiser acompanhar, haverá transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do MMA: Assista ao vivo aqui
A floresta pede e o Brasil responde
O Mosaico Gurupi é mais do que uma nova configuração territorial de proteção. Ele representa o reencontro do Brasil com sua responsabilidade socioambiental — um pacto entre a floresta, seus povos e o futuro.
Que os 25 anos da Lei do SNUC nos lembrem, todos os dias, que preservar não é apenas uma escolha técnica: é um ato político, cultural e ético.
A floresta agradece. E o Brasil também.
Serviço
Data: Sexta-feira, 18 de julho
Horário: 9h
Local: Auditório Rômulo Mello – Sede do ICMBio – Sudoeste, Brasília (DF)
Transmissão ao vivo: YouTube MMA
Imprensa: Confirmação de presença pelo e-mail imprensa@mma.gov.br.