Cine Bangüê em agosto: diversidade, resistência e afeto na tela e fora dela

Em meio à potente programação de filmes e curtas paraibanos, compartilho meu carinho pela Funesc e a importância de fortalecê-la
Por Sérgio Melo | Paraíba Cultural
Tenho um carinho especial pela Funesc. Mais que uma admiração à distância, falo com propriedade de quem trabalhou por uma década na instituição, contribuindo com a criação de projetos, o exercício criativo na comunicação visual e a alegria de atuar na assessoria cultural. Sempre que posso, dou uma passadinha no site ou nas redes sociais da instituição pra ver as novidades — é como visitar um velho amigo cheio de boas histórias pra contar.
A Fundação Espaço Cultural da Paraíba é, sem dúvida, nossa principal instituição cultural do Estado. Merece mais protagonismo, mais reconhecimento, mais investimento. Porque cultura não se constrói só com talento — é preciso política pública, estrutura e continuidade. E nesse agosto de 2025, o Cine Bangüê — sala de cinema da Funesc no Espaço Cultural José Lins do Rego — mostra com elegância e diversidade como a cultura pode seguir encantando, questionando e inspirando.
A programação do mês traz dez longas-metragens de vários países e estilos, além de sessões gratuitas com curtas-metragens paraibanos, selecionados pelo edital Curta Bangüê II. Tem cinema iraniano, coreano, europeu e, claro, brasileiro — com destaque para obras que tocam temas sociais, ambientais, de gênero e pertencimento. Um convite ao pensamento crítico e à sensibilidade.
Entre os longas em cartaz, destaco três que me chamaram atenção logo de cara:
- “Meu Bolo Favorito”, drama iraniano que aborda o reencontro com o amor na velhice;
- “Thiago e Ísis e os Biomas do Brasil”, documentário infanto-juvenil que exalta a beleza dos nossos biomas e a urgência da preservação;
- “Um Lobo Entre os Cisnes”, que traz a inspiradora trajetória de Thiago Soares, do subúrbio carioca ao Royal Ballet de Londres.
Esses são apenas alguns dos títulos que o Cine Bangüê oferece em agosto — e vale dizer: com ingressos acessíveis a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), pagos até via PIX na bilheteria.
Mas o que me deixa mais animado são as quartas-feiras especiais, com entrada gratuita e curtas paraibanos em exibição. É ali que vejo um traço fundamental do papel da Funesc: dar espaço e visibilidade à produção local. Filmes como “A última dança de Ana”, “Remoinho”, “Sinais” e “O Natal de Lourdes” mostram a força do nosso audiovisual e são acompanhados de debate com os realizadores, no dia 20 de agosto. Um momento precioso para refletir, trocar e celebrar o que é nosso.
A cultura, sobretudo em tempos desafiadores, é um respiro. E o Cine Bangüê segue sendo esse espaço de respiro e resistência. Que bom saber que a Funesc continua firme nesse propósito.
Reforço aqui minha torcida para que essa instituição seja ainda mais fortalecida, financiada e reconhecida como merece. Porque onde há cultura pulsando, há vida em movimento. E é isso que o Cine Bangüê traz com sua programação de agosto — um mosaico de vozes, olhares e histórias que nos fazem pensar, sentir e sonhar.
Nos encontramos na tela.
Serviço
- Cine Bangüê – Espaço Cultural José Lins do Rego, João Pessoa-PB
- Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Venda 1h antes da sessão
- Pagamento via PIX disponível
- Programação completa no Instagram: @cinebangue
Sérgio Melo
Jornalista e gestor ambiental. Coordenador de projetos de Educação Ambiental no portal Paraíba Cultural e na Q-Ideia – Design e Comunicação. Atua em ações integradas de sustentabilidade, cultura e desenvolvimento territorial no Estado da Paraíba.