Candidato Bruno Cunha Lima se recusa a assinar a Carta Compromisso com a Cultura de Campina Grande: o que perde a cidade quando um prefeitável vira as costas para 19 metas essenciais?
O Conselho de Políticas Culturais de Campina Grande, representante da sociedade civil, propôs aos candidatos a prefeito para a gestão 2025-2029 a assinatura de uma carta compromisso com a cultura da cidade. Este documento inclui 19 metas que visam fortalecer o setor cultural, com base no Plano Municipal de Cultura (PMC) para o período de 2025-2035, resultado de um processo participativo. A proposta inclui desde a manutenção do Sistema Municipal de Cultura até o investimento de 1,5% do orçamento municipal no Fundo Municipal de Cultura, além de programas voltados para grupos sociais historicamente vulnerabilizados e o incentivo à economia criativa.
O candidato Dr. Jhony Bezerra, ao assinar a carta, demonstrou comprometimento e entusiasmo com a proposta, reforçando sua intenção de colaborar com o desenvolvimento cultural de Campina Grande. No entanto, o mesmo não ocorreu com o candidato Bruno Cunha Lima. Na manhã de 24 de outubro de 2024, Bruno se recusou a assinar a carta compromisso, evidenciando a falta de interesse em assumir os compromissos propostos para o fortalecimento da cultura no município.
Essa recusa preocupa o setor cultural da cidade, que vê a assinatura da carta como um passo essencial para garantir investimentos, visibilidade e reconhecimento da importância da cultura no contexto econômico e social de Campina Grande. A cidade, conhecida pela sua riqueza histórica e cultural, é também um polo turístico e educacional de relevância nacional, atraindo estudantes de diversas regiões do Brasil.
A ausência de compromisso por parte de Bruno Cunha Lima levanta questionamentos sobre sua visão quanto à valorização dos artistas, produtores, grupos culturais, e demais profissionais do setor. Em um contexto em que a cultura tem potencial para dinamizar a economia local por meio do turismo e da economia criativa, é esperado que os candidatos demonstrem apoio efetivo à preservação e promoção dos bens culturais e históricos da cidade.
Campina Grande enfrenta um momento de perda de relevância histórico-cultural, reflexo de uma gestão pública que, ao longo dos anos, tem deixado de lado o planejamento voltado para o desenvolvimento do turismo e da cultura. Em comparação a outras cidades, que têm recebido incentivos municipais, estaduais e federais, o município paraibano poderia estar em posição de destaque, atraindo investimentos e movimentando setores econômicos diversos, fortalecendo sua identidade cultural.
O não comprometimento de Bruno Cunha Lima em assinar a carta envia um sinal claro à sociedade civil: a cultura e suas diversas manifestações não parecem estar entre suas prioridades de governo. Essa postura contrasta com a importância da cultura para a cidade, não apenas como elemento de preservação da memória local, mas como motor econômico que impulsiona o turismo e valoriza o potencial de Campina Grande como centro de referência no estado da Paraíba.
A assinatura da carta compromisso não é apenas um ato simbólico; é uma demonstração prática de que o candidato reconhece e apoia o esforço da sociedade civil em buscar investimentos e políticas públicas que beneficiem o setor cultural. Sem esse apoio, Campina Grande corre o risco de perder ainda mais espaço em um cenário onde a cultura pode ser um diferencial competitivo para o crescimento econômico e social do município.
Cultura como eixo estratégico para Campina Grande
A cultura é um dos pilares de uma cidade como Campina Grande, que se destaca pela localização privilegiada e pelo status de polo comercial. O município possui proximidade com alguns dos principais atrativos turísticos da Paraíba, como as Pedras de Itaquatiara, Lajedo de Pai Mateus, e o Brejo paraibano. Além disso, as paisagens da caatinga, com sua beleza singular, são cenários que atraem turistas e pesquisadores.
Diante desse potencial, um candidato que não assume compromisso com a cultura deixa de entender as possibilidades de crescimento que essa área oferece. A cultura não é apenas entretenimento; é um setor que gera empregos, valoriza a identidade local e cria oportunidades para os mais diversos segmentos da população, desde artistas e produtores culturais até empreendedores do turismo.
A postura de Bruno Cunha Lima frente à proposta da carta compromisso é um alerta para a sociedade campinense. É fundamental que a cidade tenha lideranças que compreendam a relevância da cultura e estejam dispostas a investir na preservação e no fomento das tradições e manifestações artísticas locais. Apenas assim, Campina Grande poderá retomar sua posição de destaque no cenário cultural do Nordeste e do Brasil, fortalecendo a economia e a autoestima de sua população.
O pleito de 2025 é uma oportunidade para repensar o papel da cultura na cidade e para que os eleitores escolham candidatos que compreendam a importância de investir nesse setor. Afinal, uma Campina Grande vibrante culturalmente é uma cidade que atrai investimentos, turistas e gera oportunidades para todos.