Conversa com o coordenador técnico do Projeto Cumaru destaca avanços cruciais na conservação da Amburana cearensis

Em agosto de 2024, o Projeto Cumaru atinge marcos importantes na preservação da Caatinga paraibana, com foco no acompanhamento das mudas e germinação das sementes, segundo o Engenheiro Agrônomo Walter Alves de Vasconcelos. Foto: Projeto Cumaru

Conversa com o coordenador técnico do Projeto Cumaru destaca avanços cruciais na conservação da Amburana cearensis

Por Sérgio Melo 

 

Em agosto de 2024, o Projeto Cumaru, uma iniciativa de colaboração entre a Associação GAEA – Jardim Botânico Araribá, a Botanic Gardens Conservation International (BGCI), a Fundação Franklinia e o Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas da UEPB, alcançou marcos significativos em seus esforços para proteger e restaurar a Amburana cearensis, popularmente conhecida na região como Cumaru, na Caatinga paraibana. Tive uma conversar com o Engenheiro Agrônomo Walter Alves de Vasconcelos, coordenador técnico do projeto, para entender melhor o progresso e as atividades recentes que têm sido realizadas. 

Desde 2023, temos nos dedicado a garantir que as mudas de Cumaru tenham o suporte necessário para prosperar. Walter compartilhou que, em agosto, o foco foi acompanhar as mudas que foram transplantadas 90 dias antes. “Essas mudas, que agora estão em sacos de polietileno, serão entregues aos produtores das associações até o final deste semestre para o plantio definitivo em suas propriedades”, explicou Walter. Ele destacou a importância dessa etapa de adaptação das mudas ao sol direto, uma preparação crucial para garantir que estejam fortes o suficiente para o plantio em campo aberto. 

 

Walter Alves de Vasconcelos em visita a comunidade na Caatinga paraibana. Foto: Projeto Cumaru
Walter Alves de Vasconcelos em visita a comunidade na Caatinga paraibana. Foto: Projeto Cumaru

 

A germinação das sementes de Cumaru também foi um dos focos principais durante este mês. Segundo Walter, 60 dias após o plantio, as sementes das matrizes selecionadas mostraram diferentes taxas de germinação. “Tivemos uma taxa de germinação variada, com algumas sementes germinando logo nos primeiros dias, enquanto outras demoraram mais de 30 dias para começar o processo de germinação”, detalhou. Ele também ressaltou que a taxa de germinação foi monitorada cuidadosamente, com os dados sendo registrados em planilhas de campo para análise posterior. 

Outro ponto importante mencionado por Walter foi a observação do crescimento das plântulas. “Utilizamos uma régua graduada de 30 cm para medir a altura das plântulas 30 dias após a primeira germinação. As medições foram feitas periodicamente, e observamos um crescimento constante, com algumas plântulas atingindo alturas impressionantes em um curto período”, relatou. 

O acompanhamento não se restringe à altura; também foram realizadas medições do diâmetro das plântulas utilizando um paquímetro digital. “Essas medições são fundamentais para entender o desenvolvimento das plantas e garantir que estejam se desenvolvendo de maneira saudável”, acrescentou Walter. 

Além das atividades de campo, o projeto também tem se dedicado à sistematização das informações coletadas. Durante a última semana de agosto, Walter e sua equipe organizaram os dados das planilhas de campo e iniciaram a confecção de exsicatas das plantas de Cumaru no Herbário ACAm da UEPB. “Esse trabalho de catalogação é vital para a preservação das informações sobre as espécies e para futuras pesquisas”, enfatizou. 

 

Fotos: Projeto Cumaru

 

A importância do Projeto Cumaru vai além da conservação de uma espécie ameaçada. Ele é um exemplo claro de como a colaboração entre diferentes instituições pode resultar em ações concretas e eficazes para a preservação da biodiversidade. Através do esforço conjunto da Associação GAEA – Jardim Botânico Araribá, BGCI, Fundação Franklinia e UEPB, o projeto tem avançado de maneira significativa, com resultados promissores que já começam a impactar as comunidades locais. 

O Projeto Cumaru tem gerado um impacto significativo nas comunidades locais, especialmente entre os produtores rurais da região. Ao fornecer mudas de Amburana cearensis para o plantio em suas propriedades, o projeto não apenas contribui para a restauração ecológica da Caatinga, mas também oferece uma nova fonte de renda sustentável para as famílias envolvidas. Além disso, as oficinas de formação promovidas pelo projeto capacitam os agricultores locais, ampliando seus conhecimentos em técnicas de cultivo e conservação, o que fortalece a resiliência das comunidades diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Esse envolvimento direto com a população local promove uma maior conscientização sobre a importância da preservação ambiental e cria um vínculo duradouro entre a comunidade e a biodiversidade que os cerca. 

Em cada etapa do projeto, é evidente a dedicação da equipe e o compromisso em garantir que o Cumaru continue a prosperar na Caatinga paraibana. “Estamos apenas começando, mas os resultados que já alcançamos nos dão esperança de que estamos no caminho certo”, concluiu Walter Alves de Vasconcelos. Com base nesse relato, fica claro que o Projeto Cumaru está bem encaminhado para alcançar seus objetivos de conservação, contribuindo para a preservação do bioma Caatinga e para a sustentabilidade das comunidades que dele dependem. 

 

Foto: Projeto Cumaru
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