Projeto Cumaru destaca avanços na preservação das árvores da Caatinga paraibana em relatório final

 Projeto Cumaru destaca avanços na preservação das árvores da Caatinga paraibana em relatório final

Projeto Cumaru em ação na preservação da Amburana cearensis com a união de comunidades, parceiros e ciência na Caatinga paraibana. Foto: Sérgio Melo

Por Sérgio Melo

 

O Projeto Cumaru, uma das mais significativas iniciativas em prol da preservação ambiental do bioma Caatinga, concluiu suas atividades e apresentou um relatório final repleto de resultados transformadores. Desenvolvido em parceria com a Associação GAEA, a Botanic Gardens Conservation International (BGCI), a Fundação Franklinia e o Jardim Botânico da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o projeto demonstrou que a união de esforços e a educação ambiental são capazes de gerar mudanças profundas em comunidades rurais e na forma como nos relacionamos com o meio ambiente.

 

Educação ambiental como ferramenta de mudança

Desde o início, em 2022, o Projeto Cumaru investiu na conscientização de moradores de áreas rurais da Paraíba, levando informações sobre os riscos ambientais enfrentados pela Caatinga. O desmatamento, a desertificação e a perda de biodiversidade foram temas amplamente debatidos em encontros que mobilizaram comunidades.

Por meio de oficinas e palestras, os participantes compreenderam que cada pequena ação no dia a dia, como o manejo sustentável da terra ou a recuperação de áreas degradadas, é essencial para proteger o único bioma exclusivamente brasileiro. “Perceber que as pessoas começaram a aplicar esses conhecimentos em suas próprias terras foi uma das maiores vitórias do projeto”, destacou Walter Alves de Vasconcelos, coordenador técnico do Cumaru.

 

A educação ambiental transforma: moradores aprendem sobre práticas sustentáveis para preservar as árvores e a biodiversidade da Caatinga. Fotos: Sérgio Melo
A educação ambiental transforma: moradores aprendem sobre práticas sustentáveis para preservar as árvores e a biodiversidade da Caatinga. Fotos: Sérgio Melo

 

A força da colaboração

A Associação GAEA desempenhou um papel central nesse processo. Como gestora e capacitadora, a instituição organizou atividades que abordaram desde a identificação de espécies ameaçadas até práticas para promover a regeneração natural da vegetação. Sua expertise em projetos de conservação foi essencial para engajar os parceiros e garantir que as ações tivessem impacto duradouro.

Os mantenedores e parceiros do Cumaru, como a BGCI e a Fundação Franklinia, ofereceram não apenas recursos financeiros, mas também apoio técnico e logístico. Esse suporte possibilitou a ampliação das ações para um número maior de municípios, aumentando a abrangência do projeto.

 

A importância do apoio técnico da UEPB

Um dos pilares fundamentais para o sucesso do Projeto Cumaru foi o apoio técnico da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por meio do Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas. Esse suporte possibilitou o desenvolvimento de pesquisas em laboratório, o cultivo de mudas no viveiro do Jardim Botânico e a coordenação das ações de campo. Além disso, a UEPB desempenhou um papel crucial na aplicação das atividades de educação ambiental, aproximando as comunidades do conhecimento científico e das práticas de conservação. Essa parceria fortaleceu a base técnica do projeto e garantiu que as ações realizadas fossem pautadas pela excelência e pela eficácia.

 

Do campo ao Jardim Botânico: conhecimento compartilhado nas comunidades se transforma em pesquisa e ações de preservação no viveiro da UEPB. Foto: Sérgio Melo
Do campo ao Jardim Botânico: conhecimento compartilhado nas comunidades se transforma em pesquisa e ações de preservação no viveiro da UEPB. Fotos: Sérgio Melo

 

Resultados e legado do Cumaru

Ao longo de seus dois anos de execução, o Projeto Cumaru alcançou avanços notáveis:

  • Mais de 5.000 mudas de espécies nativas da Caatinga foram plantadas em áreas prioritárias para conservação.
  • 15 comunidades rurais participaram de ações educativas, impactando diretamente mais de 1.200 pessoas.
  • Produção de materiais didáticos sobre a biodiversidade da Caatinga, distribuídos gratuitamente em escolas públicas.

Além disso, a sensibilização de moradores resultou na criação de redes comunitárias que continuarão o trabalho de preservação ambiental iniciado pelo Cumaru. Essas redes incluem agricultores familiares, jovens lideranças e educadores locais, que assumiram o compromisso de proteger a Caatinga.

 

Um futuro de esperança

O relatório final do Projeto Cumaru reforça a importância de iniciativas que integram educação ambiental, ciência e ação comunitária. Mais do que números, o legado do projeto é uma mensagem de que é possível transformar realidades e proteger o que temos de mais precioso: a natureza.

Ao encerrar suas atividades, o Cumaru deixa uma semente de esperança plantada no coração do bioma Caatinga e de seus habitantes. Cabe a cada um de nós regar essa semente com ações concretas, fortalecendo o compromisso com a preservação ambiental e a construção de uma sociedade mais consciente e responsável.

Que os frutos desse projeto inspirem novas iniciativas e nos lembrem de que somos parte da solução para os desafios ambientais que enfrentamos. O Cumaru nos mostrou que cuidar da natureza é, antes de tudo, cuidar de nós mesmos.

 

O autor é Gestor Ambiental e Coordenador de comunicação do Projeto Cumaru.

 

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