Jardim Botânico da Universidade Estadual da Paraíba desenvolve projeto para proteger espécie ameaçada de extinção
Uma espécie em extinção. Contra isso, um trabalho de conscientização ecológica e a luta para preservar a espécie, uma riqueza de nossa flora. O Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas,da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) está trabalhando desde 2022 na pesquisa do projeto “GTC: conservação de Amburana cearensis (EN) no bioma Caatinga”, visando seu desenvolvimento, como uma iniciativa necessária para a conservação da árvore, conhecida popularmente como Cumaru. Trata-se de uma espécie ameaçada de extinção.
Financiado por Botanic Gardens Conservation International (BGCI), através do programa GTC Global Trees Campaign, com a Fundação Franklinia, o projeto já está em execução há dois anos. Entre as ações desenvolvidas pelo Jardim Botânico da UEPB para fortalecer o projeto, está o acolhimento de estudantes e professores(as), através de agendamentos para visitas ao local, ou levando as comunidades rurais, municípios e adjacências. Na luta para preservar a espécie, a equipe do Jardim Botânico também fornece informações sobre a importância da conservação e manutenção da Amburana cearensis.
O trabalho de educação ambiental é voltado às palestras, rodas de conversas, divulgação e distribuição de material didático nos municípios, buscando informar as comunidades sobre a importância da preservação da árvore em seu habitat natural. As etapas de pesquisa são concentradas na logística de materiais e desenvolvimento, com a manutenção de suas atividades de acordo com o planejamento previsto no projeto. A equipe segue monitorando as árvores matrizes, recebendo apoio dos parceiros nas comunidades e realizando visitas técnicas, com o objetivo de acompanhamento fonológico das plantas nos municípios de Patos, São José de Espinharas, Malta, Pedra Lavrada, Olivedos e do distrito de São José da Mata, pertencente a Campina Grande.
O projeto conta com a parceria de profissionais, docentes e técnicos administrativos da UEPB, além de instituições da sociedade civil organizada e grupos de moradores. O trabalho de comunicação do projeto através da educação ambiental desempenha um papel fundamental ao envolver a comunidade e conscientizá-la, sobre a importância dessa espécie e de seu ecossistema.
O Cumaru, cientificamente conhecido como Amburana cearensis, é uma espécie ameaçada de extinção, nativa do Nordeste brasileiro e regiões do Norte, Centro-oeste e Sudeste do país. Popularmente conhecida como Cumaru na Caatinga paraibana, essa planta é culturalmente reconhecida nas áreas rurais, por ser uma espécie medicinal, usada de forma caseira no tratamento de doenças respiratórias e intestinais. É facilmente encontrada em feiras livres e casas de produtos naturais.
Essa árvore é valorizada principalmente por sua madeira, que é extremamente dura, densa e durável. A madeira de Cumaru é frequentemente usada na construção de móveis, assoalhos, instrumentos musicais e outras aplicações que requerem resistência e durabilidade. Além da madeira e propriedades medicinais, o Cumaru também é conhecido por suas sementes, que contêm uma substância oleosa aromática, usada na fabricação de perfumes e como condimento em certas culinárias regionais.
O Cumaru é uma árvore de grande porte, podendo atingir alturas entre seis e 12 metros, possui folhas compostas, com flores brancas e amarelas. Seus frutos são vagens que contêm as sementes. Além de seu valor econômico, o Cumaru desempenha um papel importante no ecossistema florestal, fornecendo abrigo e alimento para a fauna local. No entanto, em algumas regiões, a exploração descontrolada da árvore para a extração de madeira, sementes e fins medicinais, tem levado à redução das populações naturais e é necessário cuidado na sua gestão sustentável para evitar sua extinção.