O Maior São João do Mundo: entre tradição e descaracterização

A Identidade Cultural de Campina Grande em Risco

O Maior São João do Mundo: entre tradição e descaracterização

O maior São João do Mundo passa pela identidade cultural do seu povo e suas tradições. Não é possível engajar uma marca que não tem identidade. Há décadas, o principal evento turístico do Estado vem sofrendo descaracterização social, cultural e falta de regionalismo nas festas juninas.

Qual impacto uma cidade como Campina Grande sofre com a descaracterização de sua cultura e costume, visto que a cidade vem há décadas sofrendo pela falta de compromissos da administração pública e privada? O setor cultural da região não é absorvido pelos setores da economia local.

Embora Campina Grande tenha uma localização privilegiada e tenha fortalecido a imagem do maior evento turístico da região, a cidade não fortaleceu sua cultura nem tampouco o turismo. O Maior São João do Mundo é apenas uma marca com previsão de tempo e local para acontecer. Uma festa restrita ao Parque do Povo. Não possui qualquer projeto de absorver a cultura local ou fortalecer a regionalidade e força histórica do seu povo e suas peculiaridades.

O maior São João do Mundo tornou-se uma festa que dura um mês, trazendo convidados nacionais, mesmo que não tenham qualquer ligação com a festa junina, privilegiando um espaço específico onde tudo se concentra num âmbito controlado e limitado. Isso torna o evento minúsculo em proporção à quantidade e qualidade do histórico-cultural que reside em cada rua dessa cidade.

O fato de o evento ter mais de quatro décadas e nada em seu entorno mostrar um desenvolvimento turístico e econômico fala muito sobre o caminho fechado e limitado que esse patrimônio tomou.

A cidade possui diversos equipamentos culturais, redes de bares e restaurantes, além de associações culturais das mais variadas áreas artísticas. No entanto, toda esta engrenagem é ignorada, porque a administração municipal só enxerga o período junino para realizar uma festa restrita, num espaço limitado e com controles rígidos.

Quando a cidade deveria se preparar para um mês de celebração junina, onde o município como um todo deveria ser o palco das festas, recebendo os turistas com o que a região tem de melhor para oferecer, além de absorver todo o potencial turístico que as cidades em seu entorno oferecem, vê-se presa a um modelo que não explora plenamente suas riquezas culturais e econômicas.

É crucial repensar a estrutura e o propósito do evento, integrando e valorizando a cultura local e as tradições regionais, para que Campina Grande possa verdadeiramente se beneficiar do seu maior patrimônio: a riqueza cultural de seu povo.

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