Viola em Canto de Mulher

Viola em Canto de Mulher

Exclusivamente dedicado à voz e ao talento feminino, o encontro dá destaque ao protagonismo de violeiras, intérpretes e compositoras da música raiz, num belíssimo encontro que inspira, evidencia, valoriza e reconhece o esforço e dedicação das artistas que contribuem para a história da música e viola caipira, que celebra 93 anos.

A música caipira, que celebra 93 anos, traz em sua rica história as marcas do amor e da luta da mulher pela busca da liberdade, respeito e igualdade de direitos. São histórias simbólicas que mudaram não apenas o cenário da música caipira, mas a existência da mulher no país, rompendo com os padrões estabelecidos na cultura e nas artes da sociedade brasileira.

 

O espetáculo Viola em Canto de Mulher, que será realizado a partir das 20 horas, nos dias 09 (sexta-feira) e 10 (sábado), na Praça Padre Roque do Núcleo Bandeirante (DF), promove e valoriza a participação feminina na música caipira, que há anos atrás era território ‘tradicionalmente’ de homens. Mulheres que, de forma incansável e revolucionária, apaixonadas pela cultura e música caipiras, lutaram bravamente pela conquista desse espaço.

Em sua terceira edição, Viola em Canto de Mulher é muito mais que um festival, como diz o idealizador, Volmi Batista: “é um encontro que marca e celebra a mudança cultural no universo caipira, trazendo artistas prestigiadas, e que confere a participação efetiva da mulher que agora assume protagonismo na produção musical, como intérpretes, compositoras e instrumentistas”.

Na programação, artistas da capital federal e de estados como Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais, dividem o palco,  com dez atrações, todas femininas, que mostram a diversidade de estilos e a habilidade feminina com o instrumento de dez cordas. A noite de abertura, na sexta-feira (09), presenteia o público com apresentações de Karen Parreira, de Ceilândia (DF), Vitória da Viola e Lúcia Lyra, de Votorantim (SP), Carol Carneiro, do Jardim Botânico (DF), Grupo Viola Flor, de Uberaba (MG) e se encerra com a dupla goiana Irmãs Freitas, com 43 anos de carreira e mais de 15 milhões de discos vendidos.

No sábado, sobem ao palco Dayane Reis, do Mangueiral (DF), Pâmella Viola e Karoline, de Poxoréu (MT), Flor Morena, de Araraquara (SP) e Gaby Viola, de São Sebastião (DF). O encerramento fica por conta do show de uma das maiores solistas do país, a intitulada Violeira do Universo, Juliana Andrade, de São José do Rio Preto (SP), que ainda estará apresentando suas duas filhas, Lívia e Lavínia, de 10 e 12 anos.

Com a respeitada Inezita Barroso como madrinha, Juliana Andrade é referência para muitas violeiras, e expressa sua felicidade e orgulho em participar do evento, relembrando sua história: “peguei a picada aberta pelas grandes mulheres que desbravaram um caminho de preconceito muito maior, principalmente nas décadas de 70 e 80, onde a mulher, na música e na arte, era vista de canto de olho, de boca torcida. Quando eu comecei, aos 15 anos com a viola nos braços, as pessoas sempre duvidaram se uma mulher seria capaz de tocar viola. Cantar já era um cenário mais comum, agora tocar, solar a viola, é diferente. Porque até então, o instrumento era conhecido apenas pelas mãos de Helena Meirelles, com uma afinação diferente, e de Inezita Barroso. Lá fui eu, solando na afinação cebolão dos grandes violeiros, como João Mulato, Tião Carreiro, Bambico… Reconhecer que a luta não foi fácil é um dever, saber que essas mulheres brilhantes realmente mudaram a vida de tantas outras, promovendo um novo e nobre território de ternura, amor e força, numa mensagem de libertação e vitórias.”

Viola em Canto de Mulher tem a premissa de reconhecer o talento de mulheres do universo da música caipira e promover o enfrentamento contra a realidade que recusou, ao longo de anos, a igualdade entre gêneros. O projeto pretende lançar luz ao debate e à construção de políticas públicas que promovam novos espaços e que valorizem o protagonismo feminino em diferentes áreas.

Dentre as atividades que integram o evento, será realizada a Exposição Mulheres Violeiras do Brasil, digital e interativa, a mostra evidencia grandes ícones da música e da viola caipira no campo feminino,  que abriram caminhos e firmaram sua história de garra e coragem. Na seleção das artistas, o público terá a oportunidade de observar fotos e ouvir músicas, por exemplo, do duo de maior prestígio no Brasil, ‘As Galvão’, de São Paulo, como forma de prestar uma singela homenagem a Marilene, que faleceu recentemente. A dupla iniciou ainda crianças, na década de 1940. Com cerca de 1000 músicas gravadas, a dupla Mary e Marilene, quebraram barreiras, venceram o preconceito e abriram as portas do mundo da música caipira para outras mulheres. Uma mostra que revela uma série de mulheres emblemáticas de notório e inquestionável talento e vocação para a música caipira, como as damas da viola, Helena Meirelles e Inezita Barroso, Zita Carreiro, dentre tantas outras. Na programação, haverá  ainda, barraquinhas de comidas típicas e feira de artesanato.

“O Viola em Canto de Mulher está construindo uma caminhada histórica, reconhecendo a necessidade de valorizar todo o esforço e dedicação de todas essas mulheres que fazem e contribuem para a história da música e da viola caipira que completa, neste ano, 93 anos da música caipira levada ao disco, que construiu uma história importantíssima para a música popular brasileira” declara Geralda Luzia Silva, diretora da VBS Produções. “Infelizmente, são poucos eventos pensados nesse formato. Que esse legado inspire, mais e mais, as violeiras de nosso Brasil, e que esse espaço seja cada vez mais valorizado”, finaliza.

 

Geração de Violeiras no DF

A capital federal tem se despontado  também como  celeiro da música e da viola caipira também na produção musical feminina. Na estrada da música de raiz, a  geração feminina da música e da viola caipira está muito bem representada pelas  brasilienses Karen Parreira, Dayane Reis, Carol Carneiro e  da jovem Gaby Viola, que seguem à luz das grandes mestras e mestres, e já são reconhecidas por suas trajetórias consolidadas.

 

Histórico

O projeto, pioneiro na valorização das mulheres violeiras do Brasil que fazem parte do segmento da música e viola caipira, foi idealizado pelo produtor, violeiro, cantador e compositor Volmi Batista, e teve sua primeira edição realizada em 2019, no Teatro dos Bancários, em Brasília, com a premissa de celebrar o dia internacional da mulher. Em 2021, em meio a crise sanitária, houve uma edição virtual que contou com a participação de mais de 20 mulheres violeiras de vários estados do país, que foi retransmitida por vários canais, incluindo a TV Comunitária e o canal da Secretaria de Educação do DF. Com o sucesso do primeiro encontro, o projeto desembarcou, em junho de 2022, numa versão especial, realizada em parceria com a dupla Leyde e Laura, na Praça do Rosário, na Penha, em São Paulo.

Nesta terceira edição, o encontro será realizado de forma híbrida, ou seja, presencial e online, e conta com violeiras de diversos estados, além do DF,  que participaram das edições anteriores, selecionadas pela curadoria coletiva formada por integrantes do projeto. Destaque para a equipe de produção do evento que estabeleceu foco na contratação de mulheres, representadas nos cargos de coordenação, produção e comunicação. Cuidados especiais também podem ser vistos na inclusão de um espaço acessível, em frente ao palco, e na tradução em libras, que visam proporcionar uma boa experiência e um tratamento adequado a visitantes com qualquer tipo de deficiência.

Segundo Volmi Batista “A ideia é destacar violeiras de várias gerações, e de todo o Brasil, falando das suas lutas, cantando e tocando viola, mostrando a beleza, a diversidade e pluralidade das artistas”.

A próxima edição do Viola em Canto de Mulher já está confirmada para o mês de março de 2023, garantindo as homenagens no mês dedicado às mulheres. O projeto contribui para a difusão deste significativo movimento cultural e artístico da cultura brasileira e é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

A entrada é franca e a classificação livre. O evento será transmitido pelo canal do Youtube do Clube do Violeiro Caipira https://youtube.com/channel/UCcToqvSza_DWn4HtnlT160A.

 

Programação

Sexta-feira, Dia 09 de setembro, 20h

  • Karen Parreira – Ceilândia – DF
  • Vitória Da Viola E Lúcia Lyra – Votorantim – SP
  • Carol Carneiro – Jardim Botânico – DF
  • Grupo Viola Flor – Uberaba – MG
  • Irmãs Freitas – Goiânia – GO

Sábado, Dia 10 de setembro, 20h

  • Dayane Reis – Mangueiral – DF
  • Pâmella Viola E Karoline – Poxoréu – MT
  • Flor Morena – Araraquara – SP
  • Gaby Viola – São Sebastião – DF
  • Juliana Andrade – São José Do Rio Preto – SP

ATRAÇÕES DIÁRIAS

  • Espetáculos musicais.
  • Exposição Digital e Interativa ‘Mulheres Violeiras do Brasil’
  • Barraquinhas de comidas típicas.
  • Feira de artesanato.

SERVIÇO

  • Viola em Canto de Mulher
  • Local: Praça Padre Roque Ao lado da igreja Dom Bosco| Núcleo Bandeirante DF
  • Horário: A partir das 20h

 

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